Situada bem junto da estação ferroviária das Devezas em Vila Nova de Gaia, esta Fábrica Cerâmica fundada em meados de 1860 por António Almeida da Costa ( canteiro ornatista ) foi por ele gerida em sociedade com José Joaquim Teixeira Lopes ( estatuário e ceramista ) e Feliciano Rodrigues da Rocha também canteiro ornatista.
Desde a sua fundação até 1915, ano da morte de António Almeida da Costa, a Fábrica terá sido a maior produtora do País de artefactos cerâmicos para arquitectura bem como teria dominado à época todo o mercado de azulejaria de fachada, estatuária e outro tipo de ornamentações.
Nas instalações de Vila Nova de Gaia ( em ruína total como as imagens documentam ) e no Porto onde ainda existe a instalação na rua José falcão, produziram-se ainda artefactos em ferro fundido, bronze e mármore.
Atendendo à tradição que a cultura, a escultura a estatuária e a cerâmica têm em Vila Nova de Gaia, o actual executivo camarário liderado pelo seu presidente Eduardo Vítor Rodrigues vem trabalhando num dossier destinado a classificar o que resta deste ex-líbris da actividade industrial com o objectivo de transformá-lo num espaço museológico onde as camadas mais jovens possam ter contacto com as artes que ali se desenvolveram.
Nesta minha deslocação verifiquei que neste momento a destruição é notória e os traços de incrível vandalismo estão à vista. Todos os possíveis acessos ao interior das instalações estão devidamente emparedados de forma a evitar maiores prejuízos facto que prejudicou até certo ponto a reportagem que tinha planeado.
Na Cerâmica das Devezas trabalhou um dos maiores vultos da da escultura portuguesa, Teixeira Lopes, que ali teve o seu atelier.
Vejam as imagens:
Como as imagens demonstram por ali passou um verdadeiro Vendaval Humano. Do lado sul, oposto à fachada principal da Fábrica, ainda é possível observar o que resta de alguns belos painéis de azulejo produzidos pela Cerâmica. Muito há ainda para mostrar. Voltaremos. Fiquem bem.